"Não se faz cortando". Montenegro aponta maior rigor financeiro para tornar SNS "mais eficaz"

A resposta do primeiro-ministro surge no dia em que a revista Sábado publica um artigo apontando uma redução de custos solicitada pelo Ministério das Finanças ao Ministério da Saúde que poderá afetar medicamentos e transporte hospitalar.

RTP /
Foto: António Cotrim - Lusa

O primeiro-ministro garantiu esta tarde, à saída de uma conferência na Culturgest, que a principal preocupação do seu executivo em relação ao setor da saúde é uma maior eficácia na utilização de recursos, colocando de parte os cortes como forma de gerir o Serviço Nacional da Saúde (SNS). Também esta quarta-feira, foi conhecido o Relatório de Avaliação de Desempenho e Impacto do Sistema de Saúde (RADIS).

De acordo com a revista Sábado, uma redução de custos solicitada pelas Finanças vai obrigar o ministério de Ana Paula Martins a reduzir custos com medicamentos, mas também em transporte hospitalar, numa lista que afetará também os pacemakers. Dizendo desconhecer essa lista, Luís Montenegro diz que é possivel reduzir custos na saúde.

"Com certeza, não foi por acaso que já decidimos no Conselho de Ministros a criação de uma unidade anti-fraude no Serviço Nacional de Saúde precisamente para podermos ter uma maior capacidade de utilização, de correta utilização" de um orçamento para a saúde, que "é um esforço enorme (...) na casa dos 18 mil milhões de euros", afirmou Luís Montenegro, em declarações à margem da conferência "Capital Markets Day", na Culturgest, em Lisboa.
Um valor que o primeiro-ministro sublinha ser "bem mais do que os oito mil milhões que tínhamos há cerca de dez anos atrás".

Luí Montenegro apontaria assim a importância do combate ao desperdício e à fraude na utilização "do dinheiro que é de todos os portugueses" como forma de "tornar os serviços de saúde mais eficientes".

O primeiro-ministro acrescentou que a melhoria dos serviços "não se faz cortando" nos meios, mas com "maior rigor".

Nesta melhoria da gestão dos recursos do SNS, o primeiro-ministro considerou que outro dos objetivos do Governo passa por baixar a fatura a pagar pelo Estado aos seus fornecedores.
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